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Futone Guitars F-Model: A Guitarra de Alta Performance Inspirada na Ferrari

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Em entrevista exclusiva à Guitarrista, Paulo Gonçalves, da Futone Guitars, fala sobre a história por detrás da guitarra F-Model e da inspiração retirada dos clássicos da Ferrari. O criativo luthier comenta ainda a utilização de tecnowood, uma alternativa ecológica ao ébano, e aquilo que o leva a preferir um acabamento a óleo em oposição a nitro. Eis a F-Model, uma peça única que combina elegância e funcionalidade!

«A inspiração estética da guitarra F-Model surge dos modelos clássicos da Ferrari, nomeadamente do Ferrari 250 Testa Rossa.»

As linhas do Ferrari 250 Testa Rossa que serviram de inspiração para a criação da F-Model.

De que forma é que as linhas clássicas da Ferrari influenciaram o visual deste modelo de guitarra?
A inspiração estética da guitarra F-Model surge dos modelos clássicos da Ferrari, nomeadamente do Ferrari 250 Testa Rossa. De linhas exageradamente aerodinâmicas e curvas pronunciadas, tentei retirar para a guitarra as noções de movimento e velocidade. A ideia de alta performance e desempenho esteve sempre presente, e neste caso tentei passar essa ideia construindo um corpo que fosse ergonômico, leve e com excelente ressonância. Para este último aspeto contribuiu também o facto de o corpo ter as abas laterais com uma espessura reduzida. Um outro aspeto é o multiscale, ou fanfret, que para além das suas características ergonômicas e sonoras contribui também para o dinamismo visual da peça, aliado ao facto de as cordas percorrerem o instrumento todo conferindo-lhe uma ideia vincada de verticalidade. Em termos práticos, o facto de as cordas serem tão longas faz também com que os bendings sejam muito fáceis e suaves de fazer.

F-Model. Foto: Cortesia de Futone Guitars.

O que motivou a escolha de torrified red alder para o corpo e ponte personalizada em wengue?
O alder é uma das minhas madeiras preferidas de utilizar. É leve, ressonante e extremamente agradável de se trabalhar. O facto de ser torrefied contribui com dois aspetos fundamentais: Primeiro, derivado ao tratamento térmico a que é sujeita, é uma madeira completamente seca, o que é essencial na construção de instrumentos. Torna-se semelhante a madeiras que estão há décadas a secar ao ar. Em segundo, altera a cor do alder, que passa de uma madeira clara e esbranquiçada para um castanho cativante, especialmente se acabado com óleos.

O que nos podes dizer acerca dos pickups House of Tone P90 e Heavy House P94 e de como estes contribuem para a sonoridade do modelo?
Desde o início que via este modelo como sendo apenas de um pickup, e durante algum tempo fiquei indeciso se usaria um humbucker ou single-coil. Quando a escolha recaiu no single-coil, decidi usar este pickup que tinha na prateleira fazia já algum tempo. O pickup em si é feito com as características Gibson de meados dos anos 50. É balançado e claro, mas que se pode tornar agressivo. Usa Alnico V nos ímanes. O tamanho de humbucker foi uma escolha estética e também para permitir que o modelo pudesse levar humbuckers em futuras versões sem alterar as dimensões e estética.

Foto: Cortesia de Futone Guitars.

«A tecnowood pretende ser uma alternativa ecológica ao ébano.»

O fretboard é construído em tecnowood. O que nos podes dizer sobre este material e como se compara com outras opções mais tradicionais?
A escolha da tecnowood foi para testar um material que usa madeiras correntes e que são transformadas ficando com o aspeto do ébano. A tecnowood pretende ser uma alternativa ecológica ao ébano, um material de performance, e como a guitarra foi inspirada na Ferrari fazia todo o sentido testar um material tecnológico nesta guitarra. Para o músico, penso que em termos táteis não são percetíveis diferenças, e visualmente apenas para quem está treinado a ver as diversas madeiras. Em termos acústicos o material é promissor, mas após esta experiência acho que não volto a usar pois quando a estou a trabalhar não gosto do toque e da maneira como aceita as ferramentas.

Fala-me sobre o acabamento em danish oil. Quais são os benefícios desta técnica?
O benefício de se acabar uma peça de madeira é o facto de ela ficar protegida contra o desgaste e danos do seu uso, as agressões do meio onde está inserida e o potencial de se tornar mais atraente. Se o acabamento for feito corretamente, em termos de influência no som é basicamente nula, ou para não ferir susceptibilidades, inaudível! Especialmente numa guitarra elétrica. Neste caso escolhi o acabamento a óleo pelo seu toque agradável. Eu sou suspeito pois apesar de gostar de ver muitos modelos de guitarras acabados a verniz e com cores vivas, nos modelos que tenho vindo a fazer o acabamento a óleo tem sido o usado, é-me mais agradável ao toque. Para mim, parece que quanto mais se vê que um instrumento envolveu as mãos para ser esculpido mais pede um acabamento a óleo. Mas vêm aí modelos acabados a nitro para os amantes deste!

Sabe mais sobre este modelo no site da Futone Guitars.

Editor da revista Guitarrista, da página Custom Guitar Makers, autor do livro "Kurt Cobain: A História Contada Em Guitarras" e ex-editor da Metal Hammer Portugal. Apaixonado por guitarras e com vasta experiência no mundo da música e relações públicas, tem dedicado a sua carreira a explorar e partilhar histórias e conhecimentos sobre este incrível instrumento.

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