A música tem o poder de curar, inspirar e trazer alegria às nossas vidas, algo reconhecido pelo canal de TV da rede pública alemã ARD, que criou uma série documental intituladaHeavy Metal Saved My Life (O Heavy Metal Salvou A Minha Vida). O documentário demonstra como o heavy metal pode causar um impacto positivo na vida das pessoas, com o primeiro episódio a desvendar como a música dos Iron Maiden ajudou um fã alemão a ultrapassar a sua dependência de heróina e como uma fã mexicana venceu a depressão causada pelo abuso sexual ao assumir as baquetas de uma bateria. Bruce Dickinson, vocalista dos Iron Maiden, resume a importância da relação da banda com os seus fãs ao dizer que «os fãs são para os Iron Maiden como sangue é para o corpo – são aquilo que os faz mexer».
O segundo episódio foca-se no cruzamento do metal com a comunidade LGBTQ+, apresentando entrevistas com Rob Halford, Roddy Bottum dos Faith No More, e Gaahl, que comentam a experiência de ter tornado a sua sexualidade pública e de como o metal transmite uma sensação de pertença aos fãs trans.
Todas estas histórias de como o heavy metal transformou a vida das pessoas e dos músicos são verdadeiramente inspiradoras, com o documentário a oferecer um olhar íntimo sobre a comunidade do metal. O baterista dos Mastodon, Brann Dailor, participa na série, analisando a forma como a gravação do álbum de 2009, Crack the Skye, foi um processo terapêutico para si, ajudando-o a confrontar a perda da sua irmã e a fazer uma espécie de luto através da música.
Com recurso à exposição de histórias muito pessoais e comoventes, esta é uma série a não perder para quem acredita que a música, e particularmente o heavy metal, consegue trazer mudanças positivas. A série Heavy Metal Saved My Life faz um grande trabalho ao enaltecer a paixão e dedicação que se encontra no núcleo dos adeptos do metal. É refrescante ver este género musical retratado de forma tão positiva, algo raro e há muito merecido.