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9 meses-
Por
Joel CostaPreparados para se despedirem de 2022 com duas actuações no Porto (dia 28 de Dezembro no Passos Manuel) e em Lisboa (dia 30 no Musicbox), os indignu, na voz do guitarrista Afonso Dorido, falaram à Guitarrista a respeito do seu mais recente trabalho, adeus, um disco que tem em devolução da essência do ser um poema instrumental de 14 minutos que nos agarra de imediato nos primeiros acordes, tal é o embalo melancólico com que nos guia através das águas calmas de um rio até se dar uma explosão de energia e distorção. Afonso Dorido, que com a sua guitarra estabelece um dos mais importantes alicerces da banda, fala-nos dos sentimentos que procurou transmitir nesta faixa em particular.
«Diria que podes fugir do fado mas não te podes esconder. Está sempre no sangue algum elemento nostálgico e de uma carga interior.»
«A guitarra é sem dúvida o primeiro mote do tema, desde a melodia e da emoção inicial», descreve à Guitarrista. «Diria que podes fugir do fado mas não te podes esconder. Está sempre no sangue algum elemento nostálgico e de uma carga interior. É a interioridade emocional e tem muita dinâmica. O meu contributo para este colectivo, para os indignu, sempre foi esta dinâmica, desde o melódico até às distorções, numa espécie de catarse. É muito difícil explicar de onde vem um sentimento ou o que se procura transmitir, mas essa portugalidade que está na guitarra inicial de devolução da essência do ser faz ponte com o azulejo [da capa do disco] que é portugalidade. Sendo uma banda instrumental, acaba por assumir uma parte muito melódica, tal como o violino o faz, mas a guitarra tem essa capacidade que vai desde o calmo até ao explosivo e tento aproveitar isso da melhor maneira, o que ao mesmo tempo é algo inconsciente, sentimental e emocional. É óbvio que entre 2010 e 2013, ou seja, entre os lançamentos de Fetus In fetu e Odyssea, começámos a perceber a nossa linguagem, e desde aí que a guitarra vai desde a contemplação e da melancolia até ao caos e ao noise. São sentimentos com muita dinâmica.»
«Somos uma banda que quer fazer de cada concerto algo especial.»
Em relação às datas que estão já aí à porta, o guitarrista do quarteto português compromete-se a oferecer ao público uma boa dose de energia repleta de novidades e a entrega intimista que só um concerto em nome próprio é capaz de proporcionar: «Os concertos vão ser muito especiais pois, para além do concerto de antecipação que demos no Amplifest, será a primeira vez que vamos tocar ao vivo depois do disco ter saído», começa por dizer. «Iremos incidir o concerto no adeus mas temos algumas surpresas relativas aos discos anteriores. Espera-se um concerto um pouco maior do que o Amplifest, com algumas músicas que não tocámos, e será um reencontro com o nosso público fora de um formato de festival. Os concertos que demos durante a pandemia foram inseridos em contexto de festival ou eventos e o último que demos em nome próprio foi em Guimarães, em Maio de 2021, pelo que já lá vai algum tempo, e essa pica de fazer um concerto em nome próprio está bem patente. Somos uma banda que quer fazer de cada concerto algo especial. É o início de uma viagem, estamos a receber óptimas reacções ao disco, que saiu no dia 4 de Novembro, mas acho que a plenitude de indignu é mesmo ao vivo e podem esperar muita intensidade, emocionalidade, muitas dinâmicas e explosões, muito sentimento, que é isso que gostamos de fazer. Fica o convite para partilharem connosco esta energia.»
Não faltes às apresentações dos indignu no Porto e em Lisboa, já nos dias 28 e 30 de Dezembro, respectivamente.
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Editor da revista Guitarrista, da página Custom Guitar Makers, autor do livro "Kurt Cobain: A História Contada Em Guitarras" e ex-editor da Metal Hammer Portugal. Apaixonado por guitarras e com vasta experiência no mundo da música e relações públicas, tem dedicado a sua carreira a explorar e partilhar histórias e conhecimentos sobre este incrível instrumento.
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